segunda-feira, 1 de abril de 2013

O que você vê?



        
Na semana passada falei sobre a impossibilidade de ausência do ponto de vista pessoal quando se produz qualquer obra de arte, isso me levou a refletir que: se a visão pessoal do artista é inevitável, a sua linguagem é o que faz com que sua mensagem seja possível de ser decifrada. Acredito que a linguagem seja a coisa mais importante na produção de uma obra, sem ela a ponte entre a mente do artista e seu público não existiria e toda obra de arte seria vista apenas como algo decorativo. E aqui eu proponho a questão deste post, se é impossível criar sem se expressar e existem obras que, para cada um de nós, é “meramente” decorativa, onde está a falha? Ou o artista falhou na linguagem, ou nós falhamos na interpretação dessa linguagem. Temo que a segunda opção seja a mais comum.
Uma vez um psicólogo me disse que se você não entende a mensagem, não quer dizer que ela não exista, apenas que você está olhando para a coisa errada. Acho que essa colocação seja muito pertinente no que diz respeito ao entendimento de qualquer obra de arte.
Para desenvolver o olhar artístico, devemos aprender a ver. Um bom começo é conhecer algo sobre o artista, conhecer o contexto social em que ele se insere, as questões que ele costuma colocar em suas obras, o ponto de partida para a criação daquela obra específica. Outra maneira de desenvolver esse olhar é entendendo um pouco sobre simbologia, criatividade e processos criativos.
O mundo complexo em que vivemos hoje nos apresenta, a todo momento, uma cacofonia de símbolos e contextos, que absorvemos e resolvemos sem perceber. Cada vez que vamos de metro a algum lugar temos que decifrar uma enormidade de símbolos (letras, números, cores, linhas e pontos) caso não fossemos capazes de compreender toda essa simbologia, acabaríamos perdidos. Então essa coisa de decifrar símbolos não é algo que desconheçamos, afinal praticamos isso incessantemente todos os dias das nossas vidas, o caso é transpor isso para um meio mais etéreo que é a arte. Essa adaptação é possível quando nos propomos a desenvolver o nosso lado criativo e artístico. Mais uma vez a maneira de criar um olhar simbólico é a prática. A solução tanto para quem quer desenvolver a linguagem simbólica, de forma que seja possível fazer arte com boa comunicação, tanto para quem quer enxergar a simbologia contida na arte e com isso poder apreciar mais completamente as obras produzidas por outros artistas (ou ambos).  Por isso, mais uma vez, mãos a obra! Afinal arte é expressão. 


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